Amem
a noite os magros crapulosos,
E
os que sonham com virgens impossíveis,
E
os que se inclinam, mudos e impassíveis,
À
borda dos abismos silenciosos...
Tu,
Lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os,
tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto
aos vícios cruéis e inextinguíveis,
Como
aos longos cuidados dolorosos!
Eu
amarei a santa madrugada,
E
o meio-dia, em vida refervendo,
E
a tarde rumorosa e repousada.
Viva
e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me
dado ainda ver, morrendo,
O
claro Sol, amigo dos heróis!
Antero de Quental
Sem comentários:
Enviar um comentário